LGBTQIA+ Tá difícil de acompanhar? Calma que vou tentar te ajudar!
- mmstancati
- 28 de jun. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de ago. de 2021
Embora não seja esse o principal objetivo de nosso blog, já que tratamos aqui de temas jurídicos de maneira simplificada, hoje vamos utilizar esse espaço para tentar explicar o porquê dessa sigla. Afinal de contas, atuar na defesa dos direitos de minorias é também uma de nossas missões.
E para começar, peço a você, caro leitor, que siga nessas linhas com a mente aberta. Não se feche para o conhecimento por conta de preconceitos, ressalvas morais ou religiosas. O conhecimento é libertador. Acredite nisso!
Quanto ao tema, percebemos que a sigla só fez aumentar ao longo do tempo. E nesse ponto, acredito que falo por muitos quando digo que, em cada letra acrescentada, o assunto vai ficando mais complexo, tornando mais árido o seu estudo e compreensão, principalmente para aqueles que se cansam ao ver um texto longo e sem figuras.
Assim, se você é desses, não fique acanhado ou envergonhado. Segue aqui o link de um vídeo excelente sobre o assunto. O importante é conhecer o ampliar o conhecimento, não importando de onde vem a informação, desde que seja de qualidade:
Agora se você for como eu, que prefere se aprofundar no assunto em um texto escrito, vamos continuar!
Há alguns anos, quando comecei a estudar o tema com mais atenção, foi uma ilustração que me ajudou a compreender de vez esses conceitos que até então pareciam difíceis de entender.

Fonte: Cartilha LGBT: conceitos, direito e conquistas. Produzida pelo MP/PA. Disponível em: https://direito.mppr.mp.br/arquivos/File/LGBTDireitosConquistas.pdf
Esse ilustração é muito importante, principalmente para o público não iniciado no assunto. Dela, já podemos extrair uma conclusão relevante: GÊNERO E SEXUALIDADE NÃO SE CONFUNDEM!
Assim, a SEXUALIDADE diz respeito ao sexo biológico (macho, fêmea ou intersexo) e a orientação sexual/afetiva (heterossexual, homossexual e bissexual) de cada pessoa.
Aqui, peço que você retome a análise figura acima e repare bem. Para onde aponta a orientação afetiva/sexual? Para o coração, certo? Essa ilustração facilita a explicação do porquê não se utiliza a expressão opção, mas sim orientação sexual. Basta, para tanto, lembrar do ditado popular: “coração é terra que ninguém pisa”. Desta forma, como se pode imaginar que alguém faça a OPÇÃO de gostar de outra pessoa do mesmo sexo? Impossível! Isso é coisa do coração! Não adianta tentar explicar!
Já o GÊNERO, questão mais complexa e que gera inúmeros debates, está relacionado a forma como as pessoas se identificam no mundo (homem, mulher, transgênero, não binário), bem como de que forma ela exterioriza e expressa essa identidade (masculino, feminino, andrógeno).
Nesse ponto a discussão que é mais conhecida no meio jurídico, recentemente pacificada por decisão do STF, é sobre a possibilidade de alteração do nome pelas pessoas transgênero. Contudo, considerada a abrangência desse assunto, bem como a importância do tema, ele será objeto de outro artigo, que prometemos estar disponível em breve neste blog.
Enfim, parece que agora ficou um pouco mais fácil de entender, não? Mas e a sopa de letrinhas? LGBTQIA+? Como a gente resolve essa questão? Realmente são necessárias tantas letras?
Bom, já posso lhe adiantar que essa não é uma questão pacífica nem dentro do próprio movimento.
Contudo, olhando a questão com a devida atenção, é possível perceber que essa tentativa de incluir cada vez mais letras na sigla tem um motivo: a identidade.
Para muitos, a sigla LGBT já não parece mais lhe representar, uma vez que as designações ali incluídas (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) deixam de comportar sua orientação ou identidade, como no caso dos Assexuais e Intersexuais, por exemplo.
Porém, para aqueles que, como eu, se preocupam ao máximo em respeitar o próximo, bem como buscam não deslegitimar pautas importantes como essa, lhes asseguro que utilizar a expressão LGBT é seguro e respeitoso. Afinal de contas, essa foi a expressão consagrada pelo próprio movimento na 1ª Conferência Nacional GLBT (sim, antes era essa a ordem das letras), realizada em 2008.
Para não errar, é possível incluir o sinal de + ao final, tal como temos verificamos em diversos artigos de blogs especializados e mesmo em campanhas publicitárias, os quais vem se utilizando amplamente da expressão LGBT+
E nesse ponto você pode estar se perguntando: ok, entendi. Já sei como me referir ao público LGBT+ como um todo. Mas em relação ao indivíduo? De forma podemos saber como a pessoa se identifica? Como saberei quando utilizar cada pronome? Ele, ela, etc?
Calma! A resposta é simples: pergunte para a pessoa! Ninguém melhor do que ela própria para lhe dizer como se sente melhor ao ser tratada. Se a pergunta for feita de forma respeitosa, e se a pessoa perceber que você se preocupa verdadeiramente com isso, certamente lhe responderá sem qualquer objeção.
Enfim... o objetivo desse texto não é o de formar especialistas no assunto, até porque não tenho sequer o conhecimento necessário para tanto. O que busco é apenas alertar para o seguinte: a diversidade é um fato!
Dessa forma, acredito que ao optarmos pela vida em sociedade, nossa obrigação como cidadãos é a de seguir algumas regras básicas para uma boa convivência, sendo o RESPEITO ÀS DIFERENÇAS uma delas.
Sabemos que cada pessoa é única... Contudo, ao invés de focar nas diferenças, sugiro que tire esse dia para refletir sobre as coisas que nos tornam semelhantes. Lembre que cada ser humano, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, carrega consigo sentimentos, paixões, crenças, medos, etc., e nisso somos todos iguais, sem nenhuma dúvida!
Um grande abraço e até a próxima.
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